Jocardo
Leituremas
domingo, 25 de fevereiro de 2024
Públicos Jardins, de Inverno (de «Canção Doce», Slimani)
terça-feira, 13 de fevereiro de 2024
«brincar às palavras» (de «Nessa altura já cá não estamos»)
RECORTE(S):
Por vezes fica muito entediada e brinca sozinha às associações de palavras. [...] Quando lhe surge uma palavra muito estranha, fica absorta e surpreendida a pensar nela. Acontece o mesmo em relação aos objectos a que essas mesmas palavras aludem. Acontece-lhe isso com alguidar, por exemplo. Que na sua cabeça é sempre um objecto de cor creme com uma risca castanha. E também com a palavra macarrão, que tem a estranheza do erre, das estrias longitudinais da massa e do orifício ovalado das extremidades. [...] Como vive numa comunidade bilingue, surgem-lhe à mistura palavras em castelhano e valenciano [...]
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024
Na cadeira do barbeiro (em «A Arte de Driblar Destinos»)
- já referidos, os Mestres Finezas de D. (o sr. F., da Calçada S. C. de S., e o sr. M., da Calçada da B. G.)...; para espanto de R., cá pelo Bairro, com tantos Neo-Barb.os, o preço do Corte não pára de baixar...; o narrador protagonista de «A arte...» explicita o final da narração da Primeira Infância, antes de nova mudança da família para outra casa, noutra terra..., na p.195, no final do cap. 31: «Era o fim de Fevereiro e, como em um drible de Garrincha ficava para trás a minha primeira infância.»;
- [da BiblioPenha, a devolver no dia 9; atingida a p. 220, de 275]
RECORTE(S):
Nessa época de vizinhança com o ancião Rodolfo, eu às vezes ficava de tocaia na porta da barbearia [...] Eu admirava a coragem da vítima cordata entregue àquelas mãos trêmulas manejando tesouras e navalhas, sem imaginar que logo seria a minha vez. Aconteceu alguns dias antes do meu aniversário de dez anos, quando me sentei naquela cadeira, sujeitado ao desejo de minha mãe de me ver com um corte profissional. O longo pano preto que recebi sobre o peito, indo até cobrir as pernas, e o modo apertado como o barbeiro amarrou com um nó os cordões atrás do meu pescoço, me fez sentir prisioneiro, [...] Ao ouvir sons sibilantes, virei o olhar um pouco para o lado, a tempo de perceber as mãos trêmulas afiando a navalha numa tira de couro, e logo o movimento da lâmina reluzente em direcção à minha cabeça, no fito de aparar os pés do cabelo e desenhar a linha recta da nuca. Foram instantes terríveis, e tive pensamentos de rebeldia, mas estava preso à cadeira e minha única defesa foi cerrar os olhos. [...]
Celso Costa, A arte de driblar destinos, 2023, p. 129
segunda-feira, 15 de janeiro de 2024
Chiado: Ilha dos Galegos + Estátuas
terça-feira, 2 de janeiro de 2024
La Coca, OU Picasso por Rentes de Carvalho
- lido em menos de dois dias; a «segunda metade», hoje, no H. da Luz, e nos transportes, com vários «Saltos»; Roteiro evocativo Galaico-Minhoto, da Época do Contrabando à do Tráfico...
RECORTE(s):
Até ao dia em que o acaso quis que o mestre viesse a sair quando Madame e e eu íamos a entrar. [...] Um aceno e um olá do mestre, em seguida uma afirmação críptica da minha amiga: José c´est le jeune homme dont je vos ai parlé. Corei, confuso por não saber do que se tratava e Picasso rindo da minha confusão agarrou-me familiarmente pelo braço:
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
(...) o papagaio que gostava de bolo de arroz (Dulce M. Cardoso)
segunda-feira, 2 de outubro de 2023
sexta-feira, 30 de junho de 2023
Tempo e Selva, Herzog
- de manhã, na ESPL. do D., atinge-se a p. 50 do livro de Herzog, iniciado ontem na FNC-COL; a representação da Categoria do Tempo é um dos Motivos mais conseguidos; por isso se parou no excerto que se transcreve, recortando-o, para cumprir a extensão média do que se reproduz nestas Casas:
A partir de agora, há qualquer coisa que começa de forma quase acidental, como se um novo companheiro, permanente, tivesse chegado imperceptivelmente, um irmão natural do sonho [...]: um tempo amorfo de sonambulismo, embora tudo seja real, imediato, palpável, assustador e irrefutável no seu presente - a selva, o pântano, as sanguessugas, os mosquitos, a vozearia dos pássaros, a sede, a comichão na pele [...]. Um pássaro nocturno grita e passa-se um ano inteiro. Uma gota de água sobre a folha encerada de uma bananeira capta um raio de sol por um instante e passa outro ano. Um carreiro de milhões e milhões de formigas aparece da noite para o dia, vindo do nada, e segue por entre as árvores [...]; o desfile segue a sua marcha, imperturbável, durante muitos dias e desaparece tão abrupta e misteriosamente como surgiu, e mais um ano passa. [...]
Werner Herzog, O crepúsculo do mundo, Zigurate, 2023, pp. 50 - 51
sexta-feira, 9 de junho de 2023
Literária Infância nas Canárias
Recortes da Leitura referida no «Alpa»:
- [...] E então, juntas, percorríamos de novo todo o caminho que tínhamos desenhado em ziguezague [...] porque a Isadora dizia que, se andássemos de um lado para o outro nos cansaríamos menos, e começávamos a falar sobre uma vez em que fizemos chichi pelas pernas abaixo para saber o que se sentia, e fizemos chichi dentro de uma plantação de batatas de um vizinho da minha avó, [...] e rastejámos pelas terras mijadas e sem nos apercebermos eu e a Isora já estávamos perto da casa dos homossécsuais e já faltava pouco para chegar à venda e então a Isora perguntou-me se eu me lembrava da vez em que na escola deitámos um sumo de maçã na cabeça de uma menina de quem não gostávamos e nos apanharam. [...] Perguntei à Isora se se lembrava da vez em que na escola estávamos a brincar aos cães e ela tinha um cão que era Josito, o menino do Redondo, que era o Josito de gatas com uma corda atada ao pescoço e ele levantava a pata e fingia que mijava nas paredes da escola, nas paredes pintadas com desenhos das ilhas Canárias e com pessoas pequeninas vestidas com fatos de feiticeiro e de feiticeira e cachos de bananas e carroças com bois de romaria e batatas e morteiros de quando celebramos o Dia das Canárias [...]
Andrea Abreu, Pança de burro, Bertrand, 2023, pp. 43-44
domingo, 4 de junho de 2023
«Raça dos inúteis», «Signo Sinal», Vergílio Ferreira
- bastante amarelado, o exemplar, de 79, que veio das Galveias, mas em bom estado, certamente pouco lido, e, ou, manuseado...; na ESP. do R., atingida, de manhã, a p. 30
RECORTE:
[...] «Gostava dos livros, das artes, das ideias, pertencia à raça dos inúteis. Meu pai o pensava em voz alta com minha mãe, franzindo a boca, balançando as cabeças. Dos inúteis. Mas logo de pequeno - ele mo lembrava às vezes com comiseração. Metia-me num quarto, chamavam-lhe o quarto escuro [...] Livros de aventuras, folhetins dos jornais, ó suave encantamento da translúcida verdade - deixem-me comover. Era da raça dos inúteis, detestava o mundo excessivo, pesado de materiaçidade, espesso de cegueira, o eso, a espessura, sufocando a beleza que nele cintila. [...]
Vergílio Ferreira, Signo Sinal, Bertrand, 1979, p. 26
terça-feira, 23 de maio de 2023
«Ulisses», de Joyce: «atirem-se lá para dentro» (A. L. Coelho)
- será agora que também R. se «atirará»a Ulisses»?, [finalmente e «já perto do FIM?»]; só no 73.º programa - «Volta ao Mundo....»; A. L. C. se lhe «atirou»...;
RECORTE(s):
«O livro de hoje assusta mais do que qualquer outro nesta «Volta ao Mundo»; como muita gente, larguei-o várias vezes. Mas, chegando ao fim, o mais importante será dizer a quem não o leu: «atirem-se lá para dentro» [...] E não ter medo dele é começar na primeira página e ir em frente, como em qualquer romance. Sugiro que não pesquisem [...] deixem isso para uma releitura. [...]
sexta-feira, 12 de maio de 2023
Confinado em Eboli; Carlo Levi
- terminada a Era dos Quadrados, voltou a haver tempo para as Letras «não-Lusas» ...: alcançada a página 108 [de 239] .... desta obra-prima (de 1945), (1.ª obra de Carlo Levi), em recente reimpressão, vinda da BiblioPenha, e caracterizada, na ContraCapa como «[narrativa] na qual se mistura ficção, memória, registo sociológico, ensaio e literatura de viagens»...; «confere»; é tudo isso e não só... [...]
RECORTE (com excertos em Discurso Indirecto Livre):
O presidente da Câmara reconhece-me e chama-me. É um homem novo, alto, grande e gordo [...] É o professor Magalone Luigi: mas não é professor. Ensina na escola primária de Gagliano; mas a sua principal função é vigiar os confinados da vila. Nesta tarefa ele põe [...] toda a sua energia e o seu zelo. Então não foi ele considerado por sua Excelência, o governador civil, como encontrou logo forma de me dizer com uma vozinha aguda de castrato que sai suave e satisfeita daquele seu corpanzil, o mais jovem e mais fascista entre todos os presidentes de Câmara da provincia de Matera? Não posso fazer menos do que congratular o professor. E este dá-me informações sobre a vila e sobre o modo como me devo comportar. Ali há alguns confinados, uma dezena ao todo. Não devo vê-los, porque é proibido. De resto, são gentalha, operários e assim. Eu, pelo contrário, sou um senhor, vê-se logo. [...] Mas como é que eu me fizera mandar para o confinamento? E logo naquele ano, em que a Pátria se engrandece. [...]
Carlo Levi, Cristo parou em Eboli, Livros do Brasil; pp. 24-25
quarta-feira, 10 de maio de 2023
«dois rios», Tatiana Salem Levy
- leitura desta «narrativa gemelar», de 2012, terminada às 17 horas - com muitos «saltos» na «2.ª metade», aquela em que a narração de 1.ª pessoa passa de Joana para a Voz do irmão gémeo, Antonio - [...]
RECORTE(S): 35
O cenário seria bonito, não fosse para mim a imagem escancarada da passagem do tempo. Dois Rios tornou-se um fantasma: as mesmas casas, a mesma praça, as mesmas ruas, carcomidas pelo abandono e a umidade.
Lembro-me de tudo. Mais do que eu imaginava. Vejo-me a correr com as outras crianças, a pipa no céu, os cães atrás de nós; vejo-nos a jogar amarelinha, a comer churrasco no gramado, brincar de esconde-esconde, de pega-pega. A pele vermelha descascando, as pernas cobertas por mordidas de mosquito, a roupa sempre suja de terra, rasgada por conta dos tombos que levávamos. [...]
Tatiana Salem Levy, dois rios, Tinta-da-china, 2012, pp. 56-57
quinta-feira, 4 de maio de 2023
«Um Nome», Barreto Guimarães
Um nome
onde és tudo. O nome: és
tu que o és. Em teu nome
tu és tu. É
um nome que te leva com
o seu número de letras a
certa altura maior do que um simples
nome em ti. Significa mais
significa: justiça
(dignifica-se a si mesmo) um tal nome
significa-te. Porque esse teu curto nome foi
um nome que cresceu
para continuares a ser nele
para seguir sendo
o teu.
segunda-feira, 3 de abril de 2023
Municipais Leituras...
Well
quinta-feira, 30 de março de 2023
Michel René, aliás, Ilario Da
- [pelas 10 e 30, na «Flor do I.» (M. S.) foi terminada a leitura desta «curta saga», agilmente narrada...]
Recorte do Excerto final:
- Nome?
Aquela pergunta enigmática despertou na sua memória um eco profundo. Se bem que estivesse longe da ditadura, longe dos carabineiros chilenos, foi assaltado pelo temor de ser procurado do outro lado do oceano. Pensou em vários nomes de empréstimo, em pseudónimos, em nomes de código, mas o único que lhe veio aos lábios foi aquele que todos os seus antepassados tinham repetido ante de si.
- Michel René - disse.
A mulher não levantou os olhos. Com um gesto negligente da mão que ia batizar de novo, numa só linha, toda a sua genealogia após ele, anotou na ficha:
Michel René.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
«tudo pode ser roubado», Giovana Madalosso
- rapidamente terminada, a 2.ª leitura de G. Madalosso; a narradora-protagonista, garçonete em S. Paulo, e ladra «parcimoniosa», concretiza uma (maior) encomenda: o roubo da 1.ª edição de «Guarany». de José de Alencar [...]
RECORTE:
[...] meus olhos recaem sobre a mesinha, sobre a agenda coberta de post-its. Pego-a nas mãos. A capa é de um plástico duro e transparente, transparente como vidro, algo incomum de ver por aí. Descolo os post-its. Leio: O Guarany. Meus dedos tremem, tremem com nunca tremeram. Respiro fundo, tento me acalmar. Então é isso, a capa de plástico esta aí para proteger o livro, o papel deteriorado, a lombada a ponto de descosturar. Mantenho uma mão embaixo da capa, seguro-a como se segurasse uma bandeja cheia de taças de cristal. Com a outra mão, começo a folhear a edição, meus dedos como pinças movendo cada uma das páginas. Até que encontro: 1.ª edição. 1857. Puta merda, tenho vontade de gritar. [...]
Giovana Madalosso, tudo pode ser roubado, Tinta-da-China, 2022, pp. 184-185
terça-feira, 20 de dezembro de 2022
J. B.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2022
Nascido(s) a 20 de Janeiro OU «nomem est omen»
- [pelas 8 e 30, A. R., de OURIV. veio falar sobre Mafra (O Convento, claro), para algo denominado «Poder e Contrapoder» - R. raramente se «sincroniza» com tais [...], «vamos a ver»]
- [a leitura de --- ora interrompida - reconduziu D. à obra «Mínima» de A. Faria, no caso, a «O conquistador», de que se alcançou, pelas 11, o final do I Bloco]
[...] Nas vãs tentativas de conversar comigo, Catarina recorria à narrativa do meu aparecimento, por ter esgotado todos os temas. Mas a verdade pode surgir da mentira repetida. O meu bilhete de identidade marca a data de vinte de janeiro de mil novecentos e cinquenta e quatro para o meu nascimento [...] Nome completo: Sebastião Correia de Castro.
A minha história preferida, [...] era a daquele rei com quem me orgullhava de partilhar o nome e que nasceu quatro séculos certos, dia por dia, antes de mim. Hoje concordo que nomem est omen. E Catarina achava que, por S. Sebastião ser mártir da cristandade, o rei meu homónimo se sentiu provavelmente obrigado a lançar-se numa absurda batalha contra os árabes, [...]
Almeida Faria, O conquistador (1990), pp. 40, 41, 2017
segunda-feira, 21 de novembro de 2022
Suíte Tóquio; Giovana Madalosso - «Que Nome é o Seu?»
- [manhãs de Leitura, neste «inopinado temporário» estagiar no Palácio...; -alcançada a página 23, RECORTE:
"[...] Enquanto rasgo a embalagem do garfinho descartável, conto para Cora que vamos até uma cidade chamada Presidente Prudente, longe pra burro, pra lá do interior. Depois fico quieta, mastigando, pensando que vamos chegar às seis e meia da tarde e que mais ou menos por essa hora vão começar a dar falta da gente, mas tudo bem porque já vamos estar num táxi, indo pra Ponta Porã, de onde vamos cruzar a fronteira a pé até Pedro Juan Caballero, no Paraguai, onde acho que dá pra fazer um documento novo para Cora. [...] Digo para Cora que vamos fazer uma maluquice, uma brincadeira muito legal, mudar o nome dela. Pergunto como quer se chamar daqui pra frente. Moana diz. Falo que esse não vale, é muito de princesa, muito de cinema, que tal algum mais normal, tipo Manuela, Carolina, ou Brígida, como a vó da Maju?. Ela não diz nada, está concentrada tentando espetar o macarrão, mas penso que depois preciso retomar a pergunta, escolher logo um nome e ir tirando Cora da nossa cabeça. [...]
Giovana Madalosso, Suíte Tóquio, 2021, pp. 22-23
- G. M. no «Encontro de Leituras» de Jan. de 22: - «resumo-vídeo» AQUI; «podcast», AQUI
domingo, 24 de julho de 2022
Ocampo, Silvina
- de «As convidadas», de Silvina Ocampo, recortes de «A Escadaria»:
Cinco... O degrau do cansaço. Nunca, nunca está limpo. Um dia, por brincadeira, alguém defecou nas suas bordas. [...]
sexta-feira, 1 de julho de 2022
Miguéis
Tal como no ano anterior, agora, no «734», texto de Miguéis; servem os comentários de Setembro de 2021 [...]
Logo de manhã cedo, o empreiteiro circula pela obra, com o meio charuto entalado entre os dentes, a barba crescida, o chapéu amachucado para a nuca, as calças arregaçadas, e um ar de permanente inquietação. Chove a cântaros, e em volta da casa é um chavascal. Ele não para, escorrega e pula pesadamente na lama argilosa da cerca, tropeça nos materiais, destemperando em pragas que lhe saem de mistura com a saliva, negra do charuto mastigado. Anda de guarda-chuva aberto e veem-se-lhe as ceroulas de fitas de nastro. Aquela casa é o seu pesadelo. Pelas salas sem conta, os operários trabalham dispersos – canteiros, pedreiros, estucadores, carpinteiros, pintores, eletricistas, canalizadores…
– Estas janelas ainda estão sem aparelho! A chuva inundou este quarto! O guarda, ponho-o na rua se me torna a deixar as janelas abertas!
– Mas as janelas ainda não têm vidros…
– Pois já deviam ter! Que faz o vidraceiro, que ainda não apareceu?
Tudo lhe corre às avessas. Todos os dias há alterações no projeto, vistorias, ideias novas. A voz tonitruante anda por todas as salas, por todos os andares, como um ciclone. E o cuspo negro, do eterno meio charuto apagado. Por todos os cantos trabalham homens, ajoelhados, de cócoras, em pé, trepados em escadotes, perdidos ao rés do teto: em silêncio, obstinados, resignados, a apurar, a retocar, a embelezar a casa do rico, dum homem qualquer, que eles nem sabem quem seja. [...]
José Rodrigues Miguéis, «O Acidente», Onde a Noite se Acaba (1946), 7.ª ed., Lisboa, Estampa, 2000, pp. 192-194
sábado, 28 de maio de 2022
«Leonorama», Ana Hatherly
[D. não registou, só se lembra que a Qd.a veio «encantada»],
... neste «Final final», havia que «testemunhar» essa Criadora de muitas Facetas e Expressões [...]...;
[«em que ano foi sua professora» [???]; «na Faculdade» [???]; pensámos que teria sido antes....]
-... propõs as «6 Tisanas» dos anos COVID.s,, referiu um pouco da Vida-Obra, localizou o que, da Obra Plástica, «repousa» na GULB [...]; mas, como sempre, a «indiferença» só foi quebrada aqui e ali [...]
- levou as fotocópias das Variações de «Leonorama», mas o Arquivo «Pro-EX» rapidamente as «agilizou», a partir de uma edição «conjunta»: Anagramático, de Ana Hatherly, com quatro livros: A maldade semântica; A detergência morosa; Leonorana; Metaleitura, 1965-70. [Imagens][...]
quinta-feira, 5 de maio de 2022
«seios», M. do Rosário Pedreira
- «salvou» o 1.º de Maio;
- foi oferecido às MM.s, nos Qd.s da Frente;
- foi lido nas «Aberturas» dos Qd.s 402 [...]:
seios
com o menino ao colo, fez-se a estrada maior do
que o meu desespero, amarrotou-se de velho meu
coração tão claro. Eu tinha catorze anos antes
grito, quinze anos cumpridos quando afastei o
véu dos teus cabelos: se me dizias sempre que não
fosse para longe, porque pediam o contrário os
teus olhos parados? Ainda por cima, mãe, chegar
mil tendas que eram velas remendadas, barcos para
ficar de novo pelo caminho. Trouxeram-nos mantas
cheias de perguntas; tentaram-me com doces
para me pôr no lugar; mudaram ao meu irmão
a fralda com as mãos frias. Mãe, eu disse-lhes que
teus seios no meu corpo sem formas, cubro com
o teu véu os meus cabelos e canto-lhes baixinho
canções de açucar. Não sei que idade tenho, mãe,
mas oxalá eu nunca tivesse largado a tua mão.
«Maria do Rosário Pedreira: um evangelho laico de louvor ao humano»
segunda-feira, 11 de abril de 2022
Solidão (o direito à), por M. E. C.
- Crónica de ontem de M . E. C. - que «vem mesmo a Talhe de Foice» para a Pausa da P. [...]
RECORTE (S):
[...]
É preciso saber de um campo escondido no meio da cidade, ou de um pinhal longe de onde passam os carros. Mas é preciso ter maneira - tempo, autorização, vagar, transporte - para lá chegar.
É preciso poder fugir - mas ter onde voltar. A solidão feliz é sempre temporária. Não rejeita ninguém: refresca toda a gente.
Estar sozinho onde não está mais ninguém, olhando para as árvores e para a linha do mar, é matar uma saudade. É matar a saudade da solidão antes de nascermos - e [é matar a saudade] da solidão com que vamos morrer. [...]
segunda-feira, 14 de março de 2022
o «Seiscentos Maluco» e o «Desprotegido da Sorte» OU «Nomes não escolhem destinos»
[...] Ricardo Reis está sentado na mesmo banco, é raro acontecer, mas desta vez todos os outros estão ocupados, percebeu que o extenso diálogo dos velhos era para seu benefício, e pergunta, E essa alcunha de Seiscentos Maluco, donde é que lhe veio, ao que o velho analfabeto responde, O número dele na Carris era o seiscentos, puseram-lhe o nome de maluco por causa da tal mania, ficou Seiscentos Maluco, e foi bem posto, Não há dúvida. Os velhos tornaram à leitura, Ricardo Reis deixou vogar o pensamento à deriva, que alcunha me ficaria bem a mim, talvez o Médico Poeta, o Ida e Volta, o Espiritista, o Zé das Odes, o Jogador de Xadrez, o Casanova das Criadas, o Serenata ao Luar, de repente o velho que estava a ler disse, O Desprotegido da Sorte, era a alcunha de um larápio de pouca importância, carteirista apanhado em flagrante, por que não Ricardo Reis, o Desprotegido da Sorte, um delinquente também se pode chamar Ricardo Reis, os nomes não escolhem destinos. [...] [sublinhados acrescentados]
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, pp. 412-413
sábado, 12 de março de 2022
«Babilónia», Ana Cássia Rebelo
- cinco Micro - Contos, dessa obra, em Agosto de 21, num endereço «SAPO»
terça-feira, 1 de março de 2022
Retrato: «Lady...», Lucian Freud
- lida, logo de manhã, no «Público»:
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022
Mau-Tempo
quarta-feira, 5 de janeiro de 2022
Tratado da Mão
- a fotografia é de Silvy Crespo - «The land of elephants» - DAQUI;
- a «via» para lhe aceder foi o Dossiê de hoje, do P3 («Lítio e Barroso...»)
domingo, 7 de novembro de 2021
Dom Pedro, por Duarte Nunes de Leão, por Nuno Júdice
O QUE DUARTE NUNES DE LEÃO
DISSE DE DOM PEDRO
domingo, 26 de setembro de 2021
«Novas Cartas...» (Novas Leituras das...)
- a obra «completou» 50 anos; só M. T. H. «lhe sobrevive», ainda;
Museu do Aljube |
- dossiê do «P2/ P3», com (e sobre) quem hoje, jovem, a volta a ler [...]
sexta-feira, 24 de setembro de 2021
As vinhas...; Steinbeck
- na edição das P. E. A., relembra que terá sido oferecido por [...] [se estiver com J., em Santo António, será possível confirmá-lo; certo é que o releu muitas vezes, e não só por a «Biblioteca» ainda ser curta...; pela «funda impressão» causada pelo Livro num Menino de cerca de 14, atento e observador; relembra isso e outros pormenores, vendo o DOC. que está na «RTP Play»
sexta-feira, 18 de junho de 2021
Almada: «A Invenção do Dia Claro»
- na CASA F. P.: em reencontrada Lição, de 04 de Dezembro de 2020...;
Aulas de Poesia Mundial, Almada Negreiros, por Mariana Pinto dos Santos
terça-feira, 27 de abril de 2021
Rubem Fonseca: «podcast»
- INFO recolhida da p. 35 do «Público» de hoje: «Podcast» especial sobre a «Vida e a Obra» de R. F., na Revista «Quatro Cinco Um»
sábado, 24 de abril de 2021
Onde estava...
... no 24 de Abril... para «variar»...:
onde falamos baixo e olhamos em volta,
porque eles estão lá, parados, a ouvir-nos,
feitos de sombra e de sarro, de sarro e de sombra.
Nós falamos da guerra, dos presos, dos desertores,
da classe operária, da reforma ou revolução.
E duvidamos de tudo menos do clarão vermelho
que nos aponta ao futuro.
Falamos a medo, mas falamos,
lemos a imprensa clandestina e passamos
o papel de mortalha onde estão escritas
as palavras proibidas.
domingo, 4 de abril de 2021
4 de Abril de 1571: Damião de Góis
- não se lembra do Nome do Qd.o - alto e «forte» - , finalista, «lá pelos inícios do Milénio» [...]; na primeira «sessão», colocou a «Sala das Perguntas», de Fernando Campos, sobre a «Tábua»;
- «convidado» para falar da mesma, 15 dias depois, «não se fez rogado», livremente se exprimindo, isto é, sem ler...; «e o resto (a conversa do final) não se diz...»
- Dossiê de hoje, o mesmo dia, 450 anos depois: PÚBLICO e o Teatro Nacional D. Maria II evocam esse acontecimento com um texto do historiador Rui Tavares e leituras de passos do processo gravadas pelos actores António Fonseca, Beatriz Maia e Pedro Gil no D. Maria II, erguido no local dos calabouços da Inquisição [...]
sábado, 20 de março de 2021
«1816: o Ano sem Verão...»
- «Atrás dos tempos vêm tempos / E outros Tempos hão-de vir» - crónica de António Araújo, hoje, no «DN»: o «ano sem verão», um concurso literário, Frankenstein...;
Recortes: [...] Há duzentos anos, o mundo sofreu o Ano sem Verão, nome por que ficou conhecido 1816, no qual, fruto da erupção do monte Tambora, na Indonésia, ocorrida em Abril de 1815, a Terra sofreu uma onda de frio prolongado que espalhou o caos, devastou colheitas e provocou as maiores fomes de que há memória em todo o século XIX. Tempestades gigantescas, chuvadas incessantes, inundações dos grandes rios, pandemias de tifo e de cólera, muitos milhares de mortos, talvez mesmo milhões, ao certo não se sabe quantos. O sol escondeu-se um ano inteiro, os céus cobriram-se de uma neblina escura permanente e o mundo mergulhou nas trevas, [...]
[...] O Ano sem Verão produziu um dos mais bizarros e profícuos encontros literários de que há memória, quando, no mês de Julho desse aziago 1816, um conjunto de génios decidiu fazer férias em Cologny, nas margens do lago Genebra. Numa das casas, a Villa Diodati, vivia exilado Lord Byron e o seu médico pessoal, John William Polidori. Perto dela [...]
sábado, 13 de março de 2021
«A Gorda»
- enquanto não sai a próxima ficção, dada como pronta nesta conversa, [«A beleza das pquenas coisas, de 5 de Março], (re)ouvir I. A. S., sobre o livro de 2016, e outras [...];
- um dos destaques: «vida banal, conversa de Café = material mastigado na (pela) ficção»
terça-feira, 9 de março de 2021
tinha que chegar a «Os Maias»... e a «Mataram a Cotovia»
... a incapacidade de «ler a Ironia» OU a (capacidade) de «enviesar» Teorias «bacocas»...; de pôr os pontos nos is» se encarrega claramente A. Carlos Cortez.... AQUI
RECORTE final
[...] Vítimas da raça, da hereditariedade, quer Carlos, quer Ega, quer qualquer outra persona deste romance, são caricaturas, cara Vanusa [Vera-Cruz]. São prosopopeias — figuras da escrita. Oitocentista, filho dum século positivista, leitor de Balzac e de Zola, Eça é racista? Acusá-lo de tal é cair numa superstição literária — dessas que hoje fazem encher o olho e dão parangonas. Camões, por este andar, ainda há-de ser proibido nos programas por se considerar que cada poema lírico seu é um piropo machista e ofende a dignidade da mulher. Vai Victis!!
[sublinhados acrescentados]
- a 14 de Março, noutra(s) perspectiva(s): artigo de Vítor Belanciano [que agradece o facto de ter tido duas boas professoras, a Português e a Filosofia...]
Nuno Saraiva, copiada do «Ípsilon», de 3 de Abril |
- a 3 de Abril, no «Ípsilon», artigo de Luís Miguel Queirós, que «inventaria», de algum modo, o estado da «polémica» e refere várias perspectivas, também [...]
- a 18 de Julho, artigo sobre o mesmo, desta vez, da Escócia, aplicado a «Mataram a Cotovia», de Harper Lee - RECORTES:
[...] As notícias que vêm sobretudo dos Estados Unidos, e a discussão recente acerca de Eça de Queirós, levam-nos a pensar, [...] Tirar obras dessas é querer regressar ao grau zero da leitura. À incapacidade de ler a ironia, a metáfora”, diz a professora da Escola Secundária Henriques Nogueira, em Torres Vedras, que se interroga como se pode ensinar literatura sem problematizar. “Não se pode. Toda a literatura com algum interesse vai ao ar. [...]
quinta-feira, 4 de março de 2021
«O Tempo também se engana?» OU «(já não é) esse Grande Escultor?»
- a 28-02, no «P2» (supl.o do «Público»), artigo que é um «dossiê», com diferentes depoimentos e perspectivas sobre «as percepções» do Tempo
- para ler e reler...
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
«Madrugada (Ritual da)»; Manuel da Fonseca
- [foi «debater» a questão com a General e voltou...; última hipótese, na Garagem?? - NÃO, a 01-03...]
- não se lembrava, também, dos contos de »Tempo de Solidão»; este, particulamente, «remete-o» para o C. do S., para o Estaminé do Pai Velho («Curtos» e «Meio-Curtos»...) , para «os Marítimos» ( e «Estivadores»...), para a «Casa do Conto», à esquina da D. Luís I...; para a Infância...
RECORTE da Situação Inicial:
A taberna está cheia de marítimos. Uma lâmpada saída da parede atira com a luz crua contra as caras e os troncos, apagando-os pela altura do balcão. Daí para baixo é tudo sombra densa até à serradura empapada, negra, que cobre o chão.
— Aguardente ― grita alguém, de modo a ser ouvido.
O taberneiro, como a luz lhe dá pelas costas, move-se, disforme e escuro, por detrás do balcão.
— Três! ― gritam-lhe de outro lado. [...]
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
«Marcenda»; formas de tratamento e Nome + Teoria da (Escrita) da Carta
- de excerto proposto hoje («Teoria da Escrita da Carta»):
[...] Claro está que Ricardo Reis não admitiu, sequer, a hipótese de tratar Marcenda por (“)excelentíssima senhora dona(“), ou (“)prezada senhora(“), a tanto não lhe chegaram os escrúpulos de etiqueta, mas, tendo eliminado esta fácil impessoalidade, achou-se sem léxico que não fosse perigosamente familiar, íntimo, por exemplo, (“)minha querida Marcenda(“), porquê sua, querida porquê, é certo que também podia escrever (“)menina Marcenda(“) ou (“)cara Marcenda(“), e tentou-o, mas menina pareceu-lhe ridículo, cara ainda mais, depois de algumas folhas rasgadas achou-se com o simples nome, por ele nos devíamos tratar todos, (“)nomeai-vos uns aos outros(“), para isso mesmo o nome nos foi dado e o conservamos. Então escreveu, (“)Marcenda, conforme me pediu e eu lhe prometi, venho dar notícias (“), tendo escrito estas poucas palavras parou a pensar, depois continuou, deu as notícias, já foi dito como, compondo e adequando, unindo as partes, preenchendo os vazios, se não disse a verdade, muito menos toda, disse uma verdade, acima de tudo o que importa é que ela faça felizes quem escreve e quem irá ler, que ambos se reconheçam e confirmem na imagem dada e recebida, ideal seja ela, imagem que aliás será única, pois na polícia não ficou auto de declarações que faça fé em juízo, foi apenas uma conversa, [...]
[sublinhados acrescentados]
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, pp. 227, 228 da edição de 2016,17
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021
«O ROSTO COM QUE FITA», Paulo Teixeira
[«esquecido» como sempre, E. «entrou» atrasado na «Sessão de Pares» e, no «paralelo», M. J. C. disse que tinha apreciado o poema de P. T. que E. deixara «pela Mesa» do Qd.o «DDT»; enquanto aquela «decorria», passou-lhe outro, o que segue, pelo «2.º paralelo»...]
O ROSTO COM QUE FITA
para o espaço físico, sem memória,
sem bandeiras, sem oráculos nem heróis.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
«O regresso de Júlia Mann...», Teolinda Gersão
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
«saudade pronta a vestir», por M. E. C.
Recortes da Crónica de hoje - «A saudade espalhada», de M. E. C.:
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
«O teu jardim», Nuno Júdice
- do último, de Julho, livro de Júdice; enviado como 11.ª «proposta» da »secção» «Acesso Bloqueado»...; há que aguardar..
O TEU JARDIM
vou ao teu encontro. Pousas no chão de pedra
os sapatos cor-de-rosa; e o sol salta sobre
o muro do fundo, seguindo o exemplo
da trepadeira. E desejaria então que o tempo
parasse para permaneceres neste verso,
na eternidade da tua saia vermelha e das tuas mãos
que seguram um livro ainda fechado. Pouco
importa o que nele está escrito: o que importa
são as imagens que adivinho
no fundo dos teus olhos em que se reflecte
uma grande árvore — essa que talvez converse
contigo, quando o vento agita
as suas folhas. Talvez isto seja um quadro
em que tudo é fluido, esbatido pelo brilho do sol; tu,
porém, olhas-me através desses fragmentos
de vida que passam através de nós, sobrepostos
como a superfície de cubos que nasce
do empedrado do chão. E abres o livro,
sublinhando as palavras que te procuram.
domingo, 6 de dezembro de 2020
Assis Pacheco, 25 anos
[e ouvir A. B. Bap. «reconduz» D. à «Nova», aos «idos» de 86-89 [...]
sábado, 21 de novembro de 2020
«Quando», «acende e apaga»; Manuel Alegre
Nunca vi ninguém morrer sem medo.
Tínhamos medo nós a pressionar artérias
tinham medo os que viam o sangue a derramar-se
gritavam pela mãe mais do que por Deus.
Por Deus certa vez eu chamei muito
primeiro para dentro como quem reza
depois em desespero aos berros:
«Vem depressa vem depressa.»
Mas quando o helicóptero chegou já era tarde.
Meu caro poeta cardeal: Deus não me ouviu.
Chamei-lhe nomes blasfemei:
«O gajo é surdo.»
Não diga nada ao papa eu gosto dele
mas a verdade é esta
Deus não me ouviu.
anos depois o meu coração parou
os alarmes soaram no hospital
não sei se Deus ouviu a campainha
o que sei é que o médico não era surdo
deu-me dois choques e ainda estou aqui.
a quem oferecer o pirilampo
que está dentro de nós
faúlha de uma estrela desaparecida
acende e apaga acende e apaga
no princípio e no fim a morte e a vida
depende de quem chega ou não a tempo
um helicóptero o médico
acende a apaga
acende e apaga um só momento.
ninguém me viu ontem em Babilónia
quem sabe se amanhã verá
tempo só hoje
tempo sem antes nem depois
como acertar no poema a rotação da Terra
ou declinar o fluxo das marés?
SMS não é a minha escrita.
Será que Deus twita?
Faz como ele: clica e apaga
clica e apaga.
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
«Os grandes animais», Inês Fonseca Santos
- assim marcha a «Escola do Paraíso CVD»...
OS GRANDES ANIMAIS
o poema à exaustão. Ao fundo,
uma palavra antiga: Ullmann murmurando o eterno
o espanto de haver aqui qualquer coisa próxima
de uma morada: portas, paredes, em cada gesto
literatura sobre tanta vergonha acumulada.
dos versos; são vivos fitando o embaraço
da sobrevivência. O aviso chegou-me de um amigo:
do território o ferro.
que não vos voltemos a fitar:
os pés assentes no carvão dos corpos,
os grandes animais por companhia.
que cospe quem o monta, mas a barata
que silenciosamente escapa
ao pé que a pisa.