segunda-feira, 11 de abril de 2022

Solidão (o direito à), por M. E. C.

 - Crónica de ontem de M . E. C. - que «vem mesmo a Talhe de Foice» para a Pausa da P. [...]

RECORTE (S):

[...]

A solidão é um intervalo. [...]
É preciso saber de um campo escondido no meio da cidade, ou de um pinhal longe de onde passam os carros. Mas é preciso ter maneira - tempo, autorização, vagar, transporte - para lá chegar.
É preciso poder fugir - mas ter onde voltar. A solidão feliz é sempre temporária. Não rejeita ninguém: refresca toda a gente.
Estar sozinho onde não está mais ninguém, olhando para as árvores e para a linha do mar, é matar uma saudade. É matar a saudade da solidão antes de nascermos - e [é matar a saudade] da solidão com que vamos morrer. [...]

[com sublinhados e acrescentos]