terça-feira, 30 de julho de 2019

Invisíveis (Crianças) - Pat. Reis

[leitura hoje retomada...; cf. PERI]
- RECORTE: 
[...]e M. fica a ver Z. nos braços de uma senhora muito jovem, num arrebatamento, como alguém capturado, dentro de um sonho. Sabe que não se deve aproximar, é o momento de Z. Há meses que espera a visita da mãe. Esta dá-lhe a mão e entram na sala. Luísa surge vinda não se sabe de onde, M. não está a prestar atenção - Luísa senta-se num dos degraus. É uma forma de os adultos dizerem
     Vamos conversar.
     M. sabe que não há qualquer hipótese de recusar. Fala-se de direitos das crianças, o silêncio mão parece ser um deles, assim entende M. que se divide entre a vontade de descer as escadas e correr e de responder com brusquidão. Senta-se ao lado de Luísa.
     Tu sabes que Z. tem as visitas da mãe, não sabes? [...]



Patrícia Reis, As crianças invisíveis, 2019, pp. 115-6

[oferecido a T. B. - a do «Escola do Paraíso», em finais de 21, princípios de 22...]