- foi o «poema da SEMANA», do recente livro de M. do R. P., que:
- «salvou» o 1.º de Maio;
- foi oferecido às MM.s, nos Qd.s da Frente;
- foi lido nas «Aberturas» dos Qd.s 402 [...]:
- «salvou» o 1.º de Maio;
- foi oferecido às MM.s, nos Qd.s da Frente;
- foi lido nas «Aberturas» dos Qd.s 402 [...]:
seios
com o menino ao colo, fez-se a estrada maior do
que o meu desespero, amarrotou-se de velho meu
coração tão claro. Eu tinha catorze anos antes
grito, quinze anos cumpridos quando afastei o
véu dos teus cabelos: se me dizias sempre que não
fosse para longe, porque pediam o contrário os
teus olhos parados? Ainda por cima, mãe, chegar
mil tendas que eram velas remendadas, barcos para
ficar de novo pelo caminho. Trouxeram-nos mantas
cheias de perguntas; tentaram-me com doces
para me pôr no lugar; mudaram ao meu irmão
a fralda com as mãos frias. Mãe, eu disse-lhes que
teus seios no meu corpo sem formas, cubro com
o teu véu os meus cabelos e canto-lhes baixinho
canções de açucar. Não sei que idade tenho, mãe,
mas oxalá eu nunca tivesse largado a tua mão.
Maria do Rosário Pedreira, o
meu corpo humano, 2022 (abril), p. 45
- artigo,
«Maria do Rosário Pedreira: um evangelho laico de louvor ao humano»
de Helena Vasconcelos, no «Ípsilon», de 5 de Agosto