segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Al Berto e «os sete magníficos»

- os «sete magníficos» Leitores são: S. M. (I. e S.); H. C. (G. das A.); J. L. (G. das A.); M. G. (I.  e S.); F. M. (FILO); P. M. - H. (H. C. A.); J. M. (G. das A.)... - estendem-se pelo (primeiro CORR. do ) Piso 600
- como «semanário», foram «premiados» com o poema de Al Berto («EX-AA»), de que a seguir se transcreve só a primeira estrofe:










PAUL KLEE E O PEIXE DO LUME

se repentinamente
a infância me doesse a meio da oceânica noite
no espelho da rubra água cercada pela treva
onde nenhum rosto ousa refletir-se brilharia
o minúsculo peixe do lume
e na obscuridade púrpura sua cabeça de ouro
incendiaria o transparente interior das anémonas
[...]

Al Berto (1948-1997), A secreta vida das imagens, Contexto, 1991, p. 27

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Pessoa, por Gozblau



Pessoa, 
pelo ilustrador Alex Gozblau, numa série de 365 (auto)retratos, um por dia do (respetivo) Aniversário
- do P3

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Gatos (Veneza aos) - O'Neill por ONeill

- no «A Vida Breve» de ontem, 2 de Novembro de 2017

VENEZA AOS GATOS


Lisboa às moscas e Veneza aos gatos…
(os pombos da bondade só conspurcam
a praça de S. Marcos)
… ao gato perna alta que não vem quando o chamas,
ao contrário da patrícia mosca,
que não era para aqui chamada,
mas logo te soprou os últimos zunzuns
mal chegaste a Lisboa.

O gato de Veneza não te dá pretextos
para miares o que te vai na alma, [mala?]
nem os sacros temores da miaulesca
esfinge rilkeana.
Não é um gato é um perfil de gato
tapando a saída da calleta.

O gato veneziano é gato sem regaços
e sem selvajaria.
De Veneza o gato é sempre muitos gatos
que vão à sua vida…
… como tu, afinal, não vais à tua.

(De Veneza a Lisboa, num zunido,
já trazias a mosca no ouvido…)


Alexandre O'Neill, de  Feira cabisbaixa, 1965; transcrito da p. 259 das Poesias completas, I.N. C.M. , 1990 (também em Assinar a pele...)




Assinar a Pele, Assírio & Alvim, 2001