Queques... ou Personário II
(Ontem
à noite) -
General Z. diz para D.: Lembras-te de,
quando estava grávida do J., teres aparecido, às duas da manhã, com «um
grande amigo», que tinhas reencontrado nos transportes (???), quando, devido à Insónia, eu estava a fazer queques, que comemos pela madrugada fora? (...?)
Z.
não o descreve mais. E D. não pára, desde então de «dar voltas». Em vão.
MORAL: bem dizia P. M.: «não se
esqueçam que escrever Diário faz bem à saúde.»
Publicada
por Jocardo em 11:45
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Domingo, 12 de Dezembro de 2010
(manhã de domingo; chove)
Em
vez de ginásio (não há Verba), trabalho de «homem-a-dias», que vai dar ao
mesmo. D. limpou bancadas, cadeiras, vidros, lavou chão.
O
chão é conquista própria, acrescente-se. Neste minúsculo espaço, General
Z. a «ex- agrícola», agricultou a formação de
J.;
Publicada
por Jocardo em 15:08
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ECOCARDOS II (21 – 12 – 2010)
Hora do almoço)
L. M., a «PSI», filou D. com uma
clarividente análise. D. não a consegue reproduzir, até porque se
alongou, mas segue-se a Súmula: «De tão sintético
e anónimo, ao semeares tantas iniciais, tendes para o vazio, o desaparecimento.
De tão enigmático, tornas-te incompreensível» [D. ficou «varado».]
(Sexta, 17 – 12 –
2010) ) RESCALDO
conversas respigadas, na Tasca Contentor.:
a)
- A. R. anda a ler Cartas a Sandra, de Vergílio Ferreira; parece que se
aguenta.
b) - D. diz
que «comprou Pensar,
e que já dele leu 10 páginas»; (R., em
frente, soprou: «e percebeste alguma coisa?»). Tadito
de D.; levou «à Letra» a sugestão de D.
Sobreviverá?
c) - V. pediu uma
sugestão. E D., em vez da resposta habitual (Mia Couto, naturalmente),
retorquiu: «Contos»,
de Vergílio Ferreira.
ECOCARDOS I – 11-12-2010
- 26
-11; E. ( a mentora): «(...)
vou colocá-lo em «Institucional» (... )
- 28 - 11; - Daniel, o
Verdadeiro, o Filho: «Achego nada. Textos próprios e outras, como bem os
caracterizas, ser-te-iam a mais expressiva forma de ser. Ficares-te pela
levantamento da Língua Portuguesa e seus contingentes usos decertados faz
sentido pouco, ou quase nenhum.»
- 09
- 12; - J. S.: Apresento-vos Jocardo. Autor-mistério.
Feito de fragmentos para os "Meninos", de solilóquios, em jeito de
crónica. Também não faltam excertos de bons autores. Vamos segui-lo para não
nos perdermos
- 10 - 12; - N. M. :
«(...) sóbrio, humorístico, bem à medida do próprio (...)
- 11 -
12; - A. M.: «(...) espaço
público para círculos privados (...)
Está Fresco]
- (AUTÓGRAFO de A. L. A.) – 08 – 12 – 2010
(há que anos...) ( ...
e calhou hoje.
Lá
foi D. à «sessão de autógrafos» (de «Sôbolos rios...) Demorada, afável.
À
frente dele, um senhor J. F. que era pai de outro J. F. - DISC. de
há cerca de 15 anos e Ilustrador já bem destacado -. Falavam, em
trocadilho, da «Ordem natural das coisas» [...]
António
Lobo Antunes foi muito agradável, sobretudo «com» a primeira edição de Memória de elefante (Vega, que disse não ter, à editora ao seu lado, e de que gabou o excelente estado de conservação); também perguntou a D. «quantos livros este tinha»...; nesses idos de 79-80, D. leu-o devagar, muito devagar...
PERSONÁRIO I
29-11-2010
(Manhã fria e chuvosa no Contentor)
Mais um «A noite e o riso», de Nuno Bragança - saldam-se os restos
da edição anterior? - Inventado prémio de «determinação» para M.
Que será feito da outra Menina (H. de C. 94, 95, 96?) que terá mudado de área (de
rumo?) por causa da leitura DESTE LIVRO?
28-01-2011
(Gulbenkian, Auditório 2. Das
14:30 às 16:15)
Só foi
possível assistir a 4 Comunicações. As de Fernando J. B.Martinho,
Gustavo Rubim, Anna Klobucka e Antonio Tabucchi.
Deste
último: «Só a Palavra permite sair do Labirinto. De
qualquer Labirinto»
(Antes: - D. «meteu-se» com o senhor António, suponho. Foi da Rua da
Misericórdia (Outrora «do Mundo») para o «Comes» da GULB.. Diz «que já lá está
há 28 anos»; de sorriso subitamente aberto, comentou «que fora uma grande
Escola». Perguntou a D. «se tinha sido cliente». Que não, «que era Menino de S. Paulo». Não deu para mais. Talvez em próxima
-
18-03 - 2011 - «Moby Dick»
[...] João Tordo comenta que [o primeiro parágrafo de Moby Dick] « surge uma vez a cada 100 anos
de literatura.»
D. não se
lembra de haver livros nas Casas da Infância - Pai com a «antiga 4.ª
classe», feita em meio rural, Mãe que «não sabia ler nem escrever» -
D. também já não se lembra (há que perguntar à C.) quando foi feita
a mudança da «casa do Quintal» (2.º ou 3.º andar ?, n.º 13 ?) nas encostas da
Bica - Calçada Salvador Correia de Sá - parte de casa, alugada ao velho
locatário, um beirão, sr. Albano - talvez antes dos seis, talvez...
D, poucas imagens retem da segunda casa, agora alugada
para a família, talvez também 2.º ou 3.º andar, no n.º 13, da Calçada da Bica
Grande, com belíssima vista para o Tejo - duma «varanda-gávea» -
- para a de São Paulo, n.º 232, 3.º andar, juntinha ao
Ascensor - D. lembra-se que ocorreu pelos nove anos, ... do primeiro dia,
lembra-se da cama no quarto, enorme, com varanda e, talvez por isso, não
tivesse quarto só para si, nas casas anteriores, talvez-
D. lembra-se que, das gavetas das mesas de cabeceira dum quarto
interior, surgiram três livros, três: Mário,
de Silva Gaio; Os meus
amores, de Trindade Coelho, e Coração,
de Edmundo de Amicis - edições, capas, cheiros diferentes entre eles -
Moby Dick aparecerá como prenda (do tio, por afinidade, A.?) num Natal
próximo, acompanhado pela Ilha
do Tesouro, de Stevenson, e Branca
de Neve e os 7 anões - em edições ilustrradas, da Verbo, para
Jovens - esses com cheiro de papel novo
Foram os primeiros - todos eles serão relidos vezes e vezes sem
conta -
D. reconhece bem aquele parágrafo de Moby Dick (...);
14-03-2011
– Teolinda Gersão
- da
obra desta excelente - e superiormente discreta - escritora, D. acha
que «tem quase tudo»)
(de
tempo a tempo, D. egressa a páginas da primeira ficção publicada: O silêncio, 1.ª ed: 1981
- «revelação-calma» para fases de muita
leitura, entre cursos interrompidos, «trabalhos manuais», (in)decisões... que o seu caminho faziam
- PERSONÁRIO XVI -Balancete, I – 14 -03 - 2011
(o Balancete é, por natureza,
parcial e provisório)
A) o que ficou para «trás» [CONTENT.es...]
a.1)
janelas com grades
a.2.) «tectos
baixos e de neblina» (a partir de verso de Cesário Verde)
a.3.) «império»
do plástico - material «contaminante», como se sabe, muito «mal-cheiroso», quando se começava à tarde...
a.4.) um D. que,
por vezes, já não sabia como controlar o Outro D.
a.5.) a
província, no seu melhor: a «quintarola» do lado...
a.6) aves
pouco canoras
B) o que surge
«pela frente»:
b.1.)
Átrio GTT. - o espaço social de «eleição» de D. - ainda reduzido
b.2.)
corredores, corredores, corredores, para deambular
b.3.)
ressonâncias iguais-diferentes
b.4.)
cheiro a novo, mas que será de «curta aspiração»
b.5.)
materiais leves - MAS: pisos de MADEIRA - ALELUIA - na ALA NOBRE
PERSONÁRIO XV - NOVO PARAÍSO – 14 – 03 - 2011
«Outro de Mim já aqui esteve»
(A verdade é: quem não iria
predisposto para o contentamento?)
(durante um tempo
indeterminado, que «publicado» não pode ser...
....D. pôs a
correr duas estruturas em «camadas»):
A)
a do anfiteatro Artificial - Natural:
a.1)
- vários níveis de Estaleiros, por «dentro» e pelo «verso» vistos;
a.2)
- as ovelhinhas curraleiras e o aldeamento - com a visão «liliputiana»:
como pôde tanto Pobre de Cristo ali caber?;
a.3)
-mais longe, após o «Jardim das Tabuletas» (expressão do PAI VELHO, aí
«morador»), o rio,
tal
como em Os Maias:
«uma estreita tira de água e monte que se
avista(va)» (p. 12, da edição de 2006 da Livros do Brasil)
B) a Arqueológica:
em vários níveis da Memória - só para uso Íntimo - sintetizada,
perante alguma perplexidade do público, na frase («Pessoana, como
todas»):
«Outro de Mim já aqui esteve»
- MAPA do PÓS-MEIO DIA – 03 – 04 - 2011
(meio
do dia; Ana Eus desceu de A. a visitar o Palácio, por onde andou há mais de uma
década - saudades de Lisboa, tantas)
(almçoco
com R., o cicerone, na GJ - na rua - a Menina estava em «bloqueio
pedestre» - cansada, sobretudo de tão a sério levar a «mais desprezada
profissão do Mundo», pensa R.)
(é
altura de retomar aquilo que referiu; o (a) Anjo PM velará nos Baixos e nas
Alturas)
26 – 04 – 2011
MAPA DO DIA -
Personário, XIX + EX - PARAÍSO, XIII
10:00
- olhos sobre uma das últimas «Oficinas» - «brincadeira» de 7.º ano para
«desanuviar» 10,º
- drama: um vestígio de crença (na Palavra) «aflora» no que a
V. escreve, a partir das palavras de Mia, na história da «criança não
mecânica» - é dela, a frase, muito sugestiva, no parágrafo-desfecho-epílogo: «tornou-se um mecânico da não palavra»
[sem o saber, provavelmente, tem razão na Imagem da Escrita como
Mecânica = harmonia de múltiplas rodas, peças, engrenagens - ver em
Álvaro de Campos, por exemplo, ou no «Chaplinesco» «Tempos
Modernos», onde, precisamente, não há palavras, só a «engrenagem
descontrolada»]
- vinda de meios «tão deprimidos», culturalmente, entenda-se,
que pode um simples M. fazer?
14:50
- Moscavide. Aldeia. Consulta com o doutor X. G.
-15:45 - Centro V. G. - permanente Feriado - R. intercepta «X» -
cliente de 11.º, em D. de C. , de há 2 anos - «rodas-baixas» + perfil da
Maioria - R. perguntou-lhe «por que é que desaparecera» - andava a
«melhorar ou a fazer disciplina pendurada», tanto faz - disse que há «dois meses trabalhava ali, num Restaurante», mas que «já
apanhara algo no estômago, devido à comida que davam ao pessoal». R.,
que andou 15 anos por essa «Vida Real», não se espantou, naturalmente: S., rodrigues sampaio, por 75,76,77, a ementa mais frequente
era: SOPA; «ossos no forno». Mas, vinho, «à descrição»]
«SILÊNCIO A LER» – 04 – 05 2011 - (Terceira
edição da iniciativa)
R., Menino que vive de Ler,
desde menino, trouxe 3 obras, de que «leu» 1/2 página de cada:
- Franz Kafka, Carta ao
pai, tradução de João Barrento;
-
Nuno Júdice, O complexo de Sagitário, última «prosa» do autor, iniciado
na Z., entretanto interrompido, e que exige «extensiva e
intensiva disponibilidade»;
-
Mário de Carvalho, O homem do turbante verde - e outras histórias
Contos, saído em Março - a referir em próxima «inserção»
Do lado dos Qd.s, só duas escolhas a relevar:
- Gonzalo Torrente Ballester, Crónica do rei pasmado -
novela histórico-satírica, trazido pela A. M. do Bloco «Y»
- Pablo Neruda, Confesso que vivi - trazido
pela M. A., do bloco «Z» - só J. L. sabia o título do «famoso
filme» - «premiado» com uma apresentação oral -
- Nota «artística»:
a dona E. - a «Eco- AO», a do Retrato VIII - tinha aberto em cima
da Mesa-Fronteira- do Piso 400 a Obra aberta, de Umberto Eco.
Brilhante.
ECO-Cardos, VII - 08 –
05 – 2011
(repescado de quinta;
corredor 400)
(sempre em acelerado regresso à Infância - R. andou a «fazer macacadas» pelo corredor - «vai despedido não
tarda»;
tudo isso porque a «clique desenhista» do lado tinha cumprido: os
Meninos traziam carrinhos, as Meninas, bonecos, as;
- (já em intervalo, M. - novo-paRAÍSO PROMETEDOR - REPETIU-LHE:- «o p. É UMA personagem» ; (não devia ser, com tanto A. por lá) (mas que é bonito, é, o elogio, claro; então vindo de quem rezinga enquanto R., por dentro, sorri)
Manuel
da Fonseca - «A Harpa» + PERSONÁRIO, XXII - 23 – 05- 2011
(Foram
várias as Feiras do L. , em que R. se aproximou de M. da F., pedindo-lhe
autógrafos para a, então jovem, General Z. Liam-nos em conjunto. De Santiago a
Odemira, nem um pulo, se calhar.) ; (R.
pensa que dele possui quase tudo. Mas estarão há muito na Casa de S. A. da C.?...)
08 – 05 – 2011 – Lisboa, I
(aos
domingos de manhã, no País de Cardoso Pires, concilia os «mais
recentes lisboetas» com os mais antigos; a eslava que grita ao
telefone na vetusta cabina; a velha que não apanha a Poia canídea; as
chinesas das lojas que também já não vendem; os que dançam com as vogais, em
colorido e sabor; professores solitários que tentam disfarçar o
«verdete» pelas esplanadas)
11:30 - após a «doméstica» na A. R., lá foi R. «dar andamento» ao olhar -
o Jardim Constantino foi reabilitado, numa tentativa de o «devolver às
Crianças e ao Povo» - tem um quiosque e uma esplanada, que até funcionam
- mas a visão de tanto lixo e o intenso cheiro álacre - do
MJ, naturalmente, e ainda só se vai em Maio - impedem qualquer permanência
mais demorada
- Manuel
Gusmão, Poema ao sábado, IV + Personário, XXI – 30 – 04 - 2011
(é o quarto
poema da secção, no suplemento P2, do Público;
desta vez, um inédito de Manuel Gusmão)
(durante o Feliz biénio-triénio de 2002 a 2005, R. pôde observar M.
G. - figura física muito fragilizada -, sobretudo enquanto almoçava na FAC, II;
nunca lhe «chegou à fala»; passou a admirá-lo ainda mais pelo que dele dizia P.
M., sua amiga; grande professor, ensaísta e poeta - superlativo em tudo;)
(em 2006-2007, no VELHO PARAÍSO, R. teve o privilégio de ser M.
de uma filha de M. G., S. G., num 12.º, de «R. P. E.», onde
pontificava um leque alargado de «despachadas e
desassombradas Meninas» - C. I. e A. M. subscrevem.
Transcrição:
Paisagem com mar
Vinda de
um fundo espesso e incompreensível
a lua
pulsa como um coração negro pintado
A cada
pulsação avança no écran da noite
até
chegar a sobrevoar a esplendente superfície do mar
que
assim finalmente entra em palco
Um
milhão de fogos cintilantes e frios iluminam
essa
cena – uma massiva queda de estrelas
que a
mesma lua projecta
sobre a
memória das grandes ondas oceânica
Há
depois um daqueles instantes
em que
uma veloz cadeia de coincidências antecipa
para ti
a leve e inconsequente saudação da morte:
A lua
transforma as vagas nuvens que por baixo dela navegam
nos
cumes nevados de grandes montanhas pálidas –
pedra
branca e cinza – Uma neve
que
irradiasse uma neblina azulada
Como se
a lua, ecoando a terra
nos céus
imitasse uma paisagem terrestre
Manuel Gusmão [...]
in
Público, P2, 30-04-2011, p. 9
MAPA DO DIA + EX
- PARAÍSO, XV, XVI – 27 – 05 - 2011
- São 13: 15 -
os Meninos e as Meninas estão com Mestres F. S. e E. G. Ocupados e em
«excelentes mãos CERÂMIDAS». UFFF!
-
10: 15 - À esquina, encontro com Menina de Ourivesaria, de há três anos; vizinha do bairro, frequenta
Filosofia, na Clássica. Sobrinha-neta de Arist. P., líder histórico cabo-verdiano.
- 11: 15 - Átrio GTT.
- Dona GTT fala enlevadamente com um lindo «EX-PARAÍSO» - de
fatinho e gravata, embora com marcas de muito uso; R. passou e perguntou. O
Menino respondeu que «já saíra há cinco anos».
R: «Ó Dona GTT., a falar com um Menino tão lindinho...»
Dona G.: [Didascália. «DERRETIDA»]. Foi nosso [...]
R.: Já indaguei. Que faz a agora?
Dona G.: Acho que é técnico - comercial de uma empresa de
Fotocopiadoras.